Thursday, January 03, 2013

CASOS DE CONSULTÓRIO II - VOU CONHECER ALGUÉM NO SHOPPING


Questões sobre vida afetiva são o “top” do momento em nossos consultórios. O segundo post da série casos de consultório traz mais uma vez o meu intuitivo amigo em sua ávida busca por conquistas afetivas. Dessa vez ele estava no ônibus a caminho de um shopping center na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e teve “aquele feeling” de que algo aconteceria. Prontamente me ligou, conversamos um pouco e, então tirei “três cartinhas” para ele.

A primeira carta foi o cavaleiro. O galante cavaleiro em seu cavalo branco é sempre um forte indicativo de uma conquista no campo afetivo. Alguém que chega para nos conquistar ou que nos conquista. Sucesso imediato que não garante relacionamentos duradouros, mas que pode ser um começo. Disse-lhe que as possibilidades de conhecer alguém e de ter uma aventura eram fortes confirmando seu acertado pressentimento.

Ao lado do cavaleiro saiu o Jardim. A carta 20 representa os grupos, as reuniões e festas, os lugares onde as pessoas convergem e socializam, interagem, veem-se e mostram-se, onde as uniões e ligações acontecem. Bem, um cavaleiro entrando num jardim é uma combinação altamente auspiciosa. O tema relacionamentos exaltou-se nas primeiras cartas que encerram em si a essência da pergunta potencializando-se e indicando que seria praticamente inevitável acontecer um encontro romântico.

Indo mais fundo na combinação, vemos não só o reforço do tema, mas a carta 20 representando um local. O jogo estava dizendo onde se daria esse encontro! Ora, num shopping center e fácil ver onde estaria o jardim: na praça de alimentação e, em segundo lugar, o estacionamento! Afinal, é para onde as pessoas convergem e circulam. De imediato transmiti ao meu amigo a mensagem dizendo que o encontro poderia acontecer em um dos dois lugares o que o deixou mais atento e bastante entusiasmado.

A última carta, como sempre, deixou aquele mistério no ar: o lírio. Como entende-la nesse contexto?

O problema de muitos é ficarem presos a uma ou duas palavras-chave comprometendo o entendimento do símbolo e a mensagem que é transmitida.

O lírio se explica pelo simbolismo cristão. Ele foi dado à Maria pelo arcanjo Gabriel no momento da anunciação, quando Nossa Senhora soube que carregava em seu ventre o filho de Deus. Essa passagem nos remete a três significados básicos da carta: a concepção sem um parceiro e, consequentemente, sem o ato sexual indica realizações sem grande esforço e com muitas facilidades. Ajudas de pessoas ou situações importantes; virgindade e pureza e: ELEIÇÃO. Ela designa os escolhidos. Nem todos os santos que carregam a flor são virgens, mas foram escolhidos pelo divino para propósitos específicos por possuirem as qualidades e virtudes necessárias. O que me veio à cabeça foi que essa pessoa se destacaria de alguma forma da multidão e que ele a reconheceria por uma marca, por algo que o colocasse em evidência tornando fácil o seu reconhecimento e que tudo fluiria sem grandes esforços.
Observando um panorama geral concluí, devido à sequência CAVALEIRO – JARDIM que o encontro poderia se dar em algum percurso, chegando num local ou se dirigindo a ele. As duas cartas implicam em movimento, o cavaleiro por seguir uma direção e os jardins por representarem o fluxo de pessoas num local, o que me inspirou essa ideia.

Tarde da noite, no mesmo dia da ligação, recebo a chamada do meu amigo para me contar o que aconteceu.

O seu relato foi bem interessante. Chegando ao shopping, ele foi direto para a praça de alimentação, mas não viu ninguém. A seguir foi ao estacionamento e nada. Como sua busca foi inicialmente infrutífera, meu amigo decidiu esquecer isso tudo e foi passear. Antes de ir embora foi fazer um lanche na praça de alimentação e já nem lembrava mais da previsão. Terminando de comer foi ao banheiro e quando estava lavando as mãos o inesperado, ou melhor, o EPSERADO aconteceu. Ele percebeu que um rapaz olhava-o de forma penetrante pelo espelho sem esconder seu interesse. Bonito e forte, do jeito que ele gosta! Algo lhe chamou a atenção nessa pessoa. Ela se destacava de todos à volta por estar todo vestido de branco. Quando se deu conta desse detalhe, soube na hora que seria ele a sua paquera afirmada pelas cartas! O rapaz saiu do banheiro antes dele e meu amigo apressou-se em sua higiene, mas quando saiu já o tinha perdido de vista. Com todas as informações que recebeu da consulta, dirigiu-se imediatamente para o estacionamento, porém não o encontrou lá. Seguindo as orientações seguiu para a praça de alimentação encontrando-o no caminho. Quando o rapaz de branco o viu, cumprimentou-o e aproximou-se. Após uma breve apresentação disse que trabalhava no shopping como cabelereiro e que estava voltando do estacionamento indo para a praça de alimentação fazer um lanche. Convidou o meu amigo para lhe acompanhar, bateram um papo e acabaram ficando. Tudo acabou numa gostosa aventura que é lembrada até hoje.

O oráculo nos proporciona uma visão ampla da vida e do seu fluxo, mas não nos dá controle sobre o tempo. Há situações que podem e devem ser adiadas ou evitadas e outras que não, porém temos que entender que a vida é um fluxo, que funciona em harmônicas como se fosse uma grande sinfonia. Para que possamos influenciar eventos e causar as transformações necessárias ou ir de encontro ao que queremos, precisamos respeitar o tempo das coisas e saber nos mover no ritmo da vida.

Encerro esse texto com as palavras da querida amiga Zoe de Camaris retirada do seu texto “NIKITA, ou A Arte de Encontrar Gatinhos Perdidos” que é um deleite e encerra a essência da cartomancia e da leitura ideal: simples, objetiva e eficaz.

(subistituam Tarot por Baralho Cigano e leiam!)

“No meio de tantos livros sobre o Tarot, um mar de maionese esotérica cheio de correlações inúteis, vale o Tarot como uma coleção de imagens que se basta.
É suficiente lê-lo.”

http://zoedecamaris.blogspot.com.br/2005/07/nikita-ou-arte-de-encontrar-gatinhos.html
— with Zoe de Camaris.

1 comment:

Kêu Salvador said...

Perfeito! Não só o caso, mas o posicionamento do Lírio! Estudar o Lenormand para mim, quer dizer, para todos nós, é uma faculdade na qual nunca iremos nos formar.