Thursday, January 17, 2013

Photo: Afinal, só com combinações que funciona o Baralho Cigano?
A ideia de que o Baralho Cigano só funciona com combinações é muito difundida tanto no Brasil como no resto do mundo. Isso é parte de um assunto que irei abordar aos poucos: a diferença entre tarô e baralho cigano. Essa busca de uma identidade própria para o oráculo é, na verdade, uma necessidade coletiva de fazer diferente e de se ter algo novo, original, mais prático, mais simples e ao mesmo tempo tão eficaz quanto o anterior.

Já li exaustivas discussões na rede e a parte desse extenso assunto que nos interessa de momento é o fato de afirmarem que com o tarô podemos responder uma pergunta com uma só carta, enquanto com o lenormand precisamos de, pelo menos, de um par. Bem, disso discordo totalmente.

Apesar de o tarô ter uma iconografia mais complexa e elaborada que a do lenormand, não podemos dizer que ele fale mais, até porque o tarô tem a desvantagem de ter símbolos que já não fazem mais parte do imaginário coletivo precisando serem estudados a fundo e re-conhecidos para que façam sentido, enquanto no baralho cigano eles são cotidianos, o que nos permite uma vivência direta, a produção de sentido mesmo sem estudos prévios e, consequentemente, a oportunidade de desenvolver um entendimento mais profundo. Combinações também fizeram parte da história do tarô, basta olharmos para os livros mais antigos. Essa riqueza de significados que temos atualmente foi construída ao longo dos séculos através das associações com o ocultismo e a psicologia, pois, no começo, o tarô era lido com palavras-chave e combinações, igualzinho o lenormand.

Tarô também é cartomancia.

Essa falsa necessidade exclusiva de leitura em pares atribuída ao baralho cigano vem, justamente, da falta de um estudo mais elaborado de seus símbolos. Ainda nos limitamos às palavras-chave e a carência de obras que atendam às necessidades dos estudantes é uma realidade global. Afirmar que o lenormand só dá respostas a partir de pares, é dizer que seus símbolos são incompletos, ou mesmo pobres, quando, a verdade, são riquíssimos. Ora, se o lenormand veio dos jogos de conversação, dos “parlour”, e representa em suas imagens cenas do dia-a-dia temos, já aí, a chave para uma interpretação rica e que responderá seja com uma carta, um par ou trio.

As combinações enriquecem as leituras e constituem uma rica fonte de estudos, porém não são a única forma de leitura possível.

A profundidade e riqueza da análise de um símbolo é proporcional ao nível de conhecimento que o intérprete possui.
Afinal, só com combinações que funciona o Baralho Cigano?

A ideia de que o Baralho Cigano só funciona com combinações é muito difundida tanto no Brasil como no resto do mundo. Isso é parte de um assunto que irei abordar aos poucos: a diferença entre tarô e baralho cigano. Essa busca de uma identidade própria para o oráculo é, na verdade, uma necessidade coletiva de fazer diferente e de se ter algo novo, original, mais prático, mais simples e ao mesmo tempo tão eficaz quanto o anterior.

Já li exaustivas discussões na rede e a parte desse extenso assunto que nos interessa de momento é o fato de afirmarem que com o tarô podemos responder uma pergunta com uma só carta, enquanto com o lenormand precisamos de, pelo menos, de um par. Bem, disso discordo totalmente.

Apesar de o tarô ter uma iconografia mais complexa e elaborada que a do lenormand, não podemos dizer que ele fale mais, até porque o tarô tem a desvantagem de ter símbolos que já não fazem mais parte do imaginário coletivo precisando serem estudados a fundo e re-conhecidos para que façam sentido, enquanto no baralho cigano eles são cotidianos, o que nos permite uma vivência direta, a produção de sentido mesmo sem estudos prévios e, consequentemente, a oportunidade de desenvolver um entendimento mais profundo. Combinações também fizeram parte da história do tarô, basta olharmos para os livros mais antigos. Essa riqueza de significados que temos atualmente foi construída ao longo dos séculos através das associações com o ocultismo e a psicologia, pois, no começo, o tarô era lido com palavras-chave e combinações, igualzinho o lenormand.

Tarô também é cartomancia.

Essa falsa necessidade exclusiva de leitura em pares atribuída ao baralho cigano vem, justamente, da falta de um estudo mais elaborado de seus símbolos. Ainda nos limitamos às palavras-chave e a carência de obras que atendam às necessidades dos estudantes é uma realidade global. Afirmar que o lenormand só dá respostas a partir de pares, é dizer que seus símbolos são incompletos, ou mesmo pobres, quando, a verdade, são riquíssimos. Ora, se o lenormand veio dos jogos de conversação, dos “parlour”, e representa em suas imagens cenas do dia-a-dia temos, já aí, a chave para uma interpretação rica e que responderá seja com uma carta, um par ou trio.

As combinações enriquecem as leituras e constituem uma rica fonte de estudos, porém não são a única forma de leitura possível.

A profundidade e riqueza da análise de um símbolo é proporcional ao nível de conhecimento que o intérprete possui.

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