Friday, April 06, 2012


The End II
Saudades. É isso que fica quando algo ou, principalmente, alguém de quem gostamos muito de vai.
É nela, na saudade, que venho, mais uma vez,  depois de cinco anos,  lenormar no caixão.
Inevitável é o fim de tudo o que existe, mesmo que continuemos, infantil e inconscientemente, propagando para as novas gerações que somos eternos e que a morte é ruim e que quem morre é o vizinho.
Ponto final. O caixão é um símbolo forte, porém, é consequência de se estar vivo, énatural. É para onde todos iremos quando tivermos nos esgotado, encerrado nossa missão, consumido toda a nossa finita energia vital.


Não vale a pena fugir. O melhor que fazemos é aceita-lo pois ele é uma força maior do que todos nós e habita dentro de cada um e nos permite renovar.
O caixão veio forte dessa vez. Papai se foi.
O buraco deixado por essa perda é enorme.  A dor da falta pode se tornar angustiante para os menos preparados e gerar imenso sofrimento.
Esses buracos na vida acontecem desde que nascemos pois sempre nos falta algo. A falta gera a necessidade de satisfação que por sua vez nos mobiliza para sua  saciedade por isso são necessários.



De papai me resta muita coisa. Lembranças maravilhosas, alegres e felizes. Ensinamentos  e exemplos. O maior tesouro: a fórmula para se viver feliz! Ele me deu sim. E ela funciona!
Não posso esperar mais nada de novo dele, mas trabalhar com o que ficou. Usar a energia causada por essa falta para re-construir a minha vida. Fazer valer todo o amor investido, toda sabedoria passada. Zerar e recomeçar. Isso é o oito! A mudança não vem se não houver perda. Essa é essencial .
Não sei se esse seria um post tão didático como gostaria que fosse. Na verdade ele é mais um desabafo. Uma forma de viver o caixão e concluir de uma vez essa experiência  pois, como meu  pai me ensinou: a queda de um homem só serve para fazer com que ele cresça mais.


“Que se esvazie o que está cheio, para se encher o que está vazio.”
Aprendi que a morte traz vida. Sinto-me mais motivado a viver e a construir as minhas obras. Muito do que meu véio me disse faz sentido, agora.