Tuesday, May 06, 2008

Lenormando na Filosofia: A Raposa Sofista





E esses homens, eles, sofistas, propunham educar, preparando os Homens para assumir plenamente sua condição de cidadãos. (…)




Fosse qual fosse o conteúdo do ensinamento sofístico, parte integrante dele era a técnica de compor discursos, de bem usar a palavra, de bem falar sobre todas as coisas. Ora, no regime democrático que então florescia em Atenas, aquele que detivesse o domínio da palavra teria o domínio da assembleia e, dessa forma, o poder político. (…) Não havia, pois, saber mais cobiçado do que esse que os sofistas diziam ter e poder transmitir.




Porém para Platão os sofistas, esses coitados, não eram nem sábios nem filósofos e sim, charlatães, ilusionistas cujo saber se resume em “saber usar a palavra” e com ela criar, graças a ignorância do público a quem se dirigem, uma falsa aparência de saber.



Retórica. Alheios às tradições, os sofistas mostram-se dispostos a discutirem todos os assuntos. Atribuem à linguagem uma importância fundamental, mas esta não passa de uma convenção. As palavras são com frequência destituídas do seu sentido corrente, e são usadas como instrumentos de sugestão e persuasão para convencerem os seus interlocutores. Recorrem à ambiguidade das palavras, exageram na aplicação dos três princípios lógicos, para numa cadeia de deduções e sentidos ambíguos, levarem os seu interlocutores a desdizerem-se.

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